quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Palestra do dia 21/07 - Masterclass II

A arte e Design de "Rio", por Tom Cardone


Um dos problemas de criar uma arte é o mundo real. Você precisa ter um olhar diferente para conseguir criar. Para isso, você precisa pesquisar o local.

Como criar um estilo?

* Desenhar;
* Fotos de referência;
* Pessoas que vivem no local;
* Tons (escolher).

Comece com um rascunho e crie um guia de estilo, pois geralmente 20% é caracterizado e 80% é realidade.

No filme Rio, foi feito personagens com cabeça um pouco maior que a realidade, para "casar" bem com o meio ambiente.
As nuvens e montanhas são a caracterização da paisagem. Já o grafite, foi feito o próprio grafite.
Faz-se o desenho da silhueta, antes de passar para os detalhes. Analisa o volume para facilitar a modelagem. Depois que acha o modelo certo, trabalha com argila e posteriormente com o z-brush. Após escultura, passa para modelagem.
Obs: São gerados muitos desenhos, para resolver o problema de cada detalhe.

Para a questão dos olhos dos personagens, foi feito com maiores detalhes e grandes.

O pessoal de artes, quando desenha, observa o menor número de coisas possíveis.

Cor:
Muda o padrão de cada personagem, da sua fantasia, da sua pele, do seu cabelo.. Existe uma paleta de cores (para os pássaros).

Plantas:
Existe uma variação de plantas sendo que algumas são réplicas de outras, só mudando sua escala, posição, textura e forma.

Set design:
Começa com o rascunho. Cria um conceito do set. Passa para o story reel e posteriormente faz o desenho do conceito sólido.
Atenção para os detalhes!!
Cria um set temporário, que é bem leve, para fazer teste de iluminação.
Tem o layout e faz o trabalho de câmera.
Por fim, o animatic.

Materiais:
*Pintura: cor, textura, valor geral nas poses.
Obs: Observa muito a escala.
Para 3D, cor e textura são testados.
Obs: Edificios foram feitos com box. Cria a atmosfera.
*Color design: teoria das cores,ambientação (iluminação, dia, momento e emoção), controlar contraste.
Na sequência do sambódromo, teve muita variação de cor.

Iluminação e atuação:
Luz e sombra, foco e saturação das cores. A referência foi o cinema dos anos 40.
Em filmes de iluminação 2D, a pintura de fundo dá uma ideia do que pode ocorrer numa cena.
Utilizou-se cores para impacto emocional.
Ex: Ave com uma luz vermelha em cima de um ambiente semi-escuro, dando a ideia de mal.
Para visualizar ideia, pinta em pequenos quadros para ter essa ideia no cinema.
Transição noite -> dia: céu magenta, calor nos carros alegóricos.
Luz nos personagens, quando estão em ambientes escuros, por ex: quando estão vendo TV.
Utiliza luzes de cores quentes e frias.
Chave de cor: Faz um teste com as cores, pintura digital. (final)
Fazer uma planilha de expressões.
Trabalharam 20 pessoas na parte de design de arte mais os freelancers.

Finalizou palestra dizendo que adora pintar a óleo nas horas livres, mas no estúdio, ele não utiliza tinta.

Obs: Nesta palestra não foi possível tiram foto.

Até a próxima.

domingo, 21 de agosto de 2011

Surpresa no mesmo dia... palestra que não estava no programa.

Para nossa surpresa, acabamos tendo uma pequena palestra com o pessoal da Blue Sky Studios (teria uma no outro dia, já prevista). O organizador do Anima Forum apresentou: Bruce Anderson e John Donkin.

Eles estavam muito empolgados e já começaram a mostrar enúmeros slides (postarei alguns amanhã).

Quando tudo começa? É claro, com a ideia e ela foi graças a Carlos Saldanha (maior rasgação de seda rsrsrs, por parte deles).

O roteiro, bem, ele nunca termina - nas palavras deles. Sempre vai mudando conforma a necessidade. Até 3 anos da para mudar as coisas.

O filme Rio tinha entorno de 35-40 sequencia de locação, com 4 personagem principais (no máximo), existia uma música que identificasse e o marketing era necessário.

Detalhes: 90% dos personagens eram parecidos; 55-100 licenciamentos com muita antecedência foram pesquisados e foi vendido inteiramente para Fox.

O inimigo: O TEMPO.

Foi feito um enorme cronograma, já elaborado desda época da Era do gelo.

Nas partes dificeis de serem feitas, a parceiria foi fundamental.

Na trama, os personagens principais foram: Blue e a arara azul fêmea (nas aves) e a dona de Blue e o cientista (nos humanos). Com isso, a escolha das vozes foram logo feitas e em 18/20 meses foi o tempo para ocorrer o processo dos diálogos (não é dublagem que se fala nos EUA, pois é feito antes de fazer o personagem).

O processo da asa levou 1 ano de produção.

Eram 10 mil tarefas em 3 anos. 280 pessoas fazendo na ordem apropriada.

Nada foi feito diretamente no Maya. Primeiro foi feito vários desenhos, depois o modelo em massa e ai, ia para a modelagem.

700 quadros feitos por 1 animador em 8 semanas... fora o pessoal responsável pelos figurantes, 150 mil!!!

Com essa pequena palestra, bem animada, encerrou com o vídeo dos estagiários que fizeram os movimentos simples, mas que foram muito importante para o filme.

Até a próxima

Anima Forum (que passou em julho)

Agora estou tendo tempo para postar o que ocorreu no Anima Forum 2011. Vamos lá.

Eu fui na mesa-redonda do dia 20 de julho. O tema era Animação para Exportação, com: Becky Bristow (Mattel Inc.), Kevin Geiger (magic Dumpling Entertainment), Wen Feng (Magic Dumpling Entertainment) e Reynaldo Marchezini (Flamma Films).

Em debate: "Exportar animação muitas vezes garante a sobrevivência dos estúdios. Como se estruturar para enfrentar as demandas do competitivo mercado internacional e garantir continuidade da produção?"

Iniciou com Reynaldo Marchezini comentando sobre 2007 a 2011 e sobre a série animada "As princesas do mar". Esta série já está passando em 128 países, com custo de 7 milhões de dolares por cada temporada e 190 produtos licenciados. Já tem 2 temporadas de 52 episódios e pré-venda na Austrália e Alemanha.

Ele frisou que não é possível ter lucro apenas em um único país e que ele está participando da série de Monteiro Lobato (aguardem!).

Para exportar é necessário viajar, ter uma rede de relacionamento, track record (local de produção de animação), informação (broadcasters, produtores, distribuidores..). É preciso fazer um pitch que seja a cara do cliente/canal, pois senão for, acaba perdendo oportunidades e queimando o projeto.

O quadro que ele apresentou foi :

Amadurecer=> Capacitação-> Experiência-> Compartilhar-> volta para capacitação
Gerir=> Investidores -> Gestão -> Comercialização -> volta para investidores
Diversificar=> Empresas -> Projetos work-for-hire e Serviços -> Técnicas, temas, público e plataformas -> volta para empresas.

Amadurecer -> Gerir ->; Diversificar -> volta para amadurecer
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A seguir foi o pessoal da Magic Dumpling, Kevin e Wen.
Kevin era um artista e foi para modelagem na Disney, aonde foi subindo de posição. Ele trabalhou no filme Chicken Little (aonde lhe deu a idéia de como se faz um longo). Ao todo, foram 12 anos de Disney. Há 3 anos que ele está na China.
Wen trabalhou no cinema independente. Ela centrou em animação educacional.
Eles começaram a palestra questionado: Como enfrentar a demanda?

* Quantas oportunidades;
* O lucro deve ser analisado (merchandising);
* O potencial do mercado deve está bom;
* Ter ciência que existe várias pressões;
* Qualidade X qualidade

Outra questão abordada: O que é ser Internacional?
* EUA?
* Orçamento?
* Mercado maduro como Hollywood?
Bem, na visão deles, esta questão tem haver com o potencial internacional, mas, acima de tudo, você deve gostar do seu povo. Porque fazer uma animação com o estilo de outro país se o seu é rico em idéias, personagens e estória??
A partir disso, eles mostraram o trabalho deles: Legend of a rabbit .
Como foi feito:
* Desenvolvimento de uma estória
  • Emoção;

  • Imaginação.

Brainstorming -> [Brainstreaming] -> Story Boarding -> Screenwriting -> volta para Brainstorming
* Característica
  • Design;

  • Personalidade.

Obs: Utiliza a cultura local.
Alguns projetos: Snowball (em 3D), Stone cold (em 2D), Tofu Boy (em 3D), Zoo crew(heróis adolescentes), Dr. Sun (série animada).

Como é o mercado na China?
Existem alguns limites na China. Eles importam 30 longas, mas suas regras são restritas na TV. No horário nobre não pode mostrar animação.
Uma questão interessante é que nem sempre o que passa na região pode agradar o mercado internacional. Mas, e dai?

Outro ponto é garantir um trabalho suficiente (máximo de 3) e a contratação tercerizada, quando necessário. O difícil é o investimento, mas tem que ter motivação. Jogue suas ideias em locais que tem gente e não tem ideia. Tenha espirito de equipe, pois um trabalho em grupo ajuda na criação.
A equipe se divertiu?? Então o trabalho terá sucesso.

E por fim, a revolução da distribuição está aí, o modelo está mudando.. Viva a revolução digital.
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Agora foi a vez de Becky, da Mattel.
Fez CalARTS, em 1973. Animadora depois de 3 anos, ela abriu seu próprio estúdio. Também fez algumas coisas para Disney. Já está a 38 anos na área, além de trabalhos na TV e docência.
Sua meta: Faz todo ano 1 curta.
Um trunfo: Foi professora de importantes animadores e também de alguns que foram para o Oscar.
Depois de 5 anos no estúdio da Califórnia, ela foi para Bengin (China) e lá ela fez muita coisa gratuita. Começou tendo 15 pessoas trabalhando para ela, hoje são 260 . Suas séries viram licenciamento, pois Mattel cria animação para vender bonecos. São 26 episódios por temporada.

Na cadeia produtiva, o que é mais caro? Animação, 78%.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ontem...

Ontem foi a banca mata-mata. O som não funcionou direito, logo me matou no início. Outra questão foi que um integrante da banca (que julgava) já não gostava do curta e ai, não adiantava explicar o curta. Ouvi todos os comentários e apenas um me deixou triste: "Você era boa em roteiro e este, que foi apresentado, está ruim." Realmente, mudei o roteiro 4 vezes para a banca (com o que eles queriam que tivesse no curta) e acabei perdendo aquilo que eu queria de fato. Grande erro!

Algo "bizarro" foi ouvir que eu fiz todos os passos, mas por está incompleto, estava ruim. Na mesma hora me lembrei do curta do passarinho e da banca ter dito que o animador se esforçou (detalhe: o curta estava,digamos, uma droga). No meu caso, o meu maior problema é que não fui avaliada pelo esforço (fiz o curta em 1 mês e meio, depois que liberaram o animatic) e sim pela beleza. Bem, fiquei quieta do começo ao fim da banca, pois rebater não estava nos meus planos. Agora vou entrar de férias mentais rsrs, mas não pense que não tenho novas ideias........... tenho M U I T A S!!

Ah, o orientador, que foi ausente no processo ( e falei isso com ele), acha que devo tentar novamente no mesmo projeto. Sinceridade, não acho uma boa, pois a ideia não foi bem aceita pela banca, para que insistir??.

Quem quiser ver o power point da apresentação, acesse: A Lição. Pretendo mais para frente colocar o vídeo. Aviso que não ficou 100% bom, mas ficou 100% viável pelo tempo e dificuldades a qual passei.

Até a próxima.