terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fotos de Carlos Saldanha





Carlos Saldanha e eu

Obs: Aproveite e perguntei 2 coisas. A 1ª foi sobre roteiro (é claro) e a 2ª foi sobre a entrada do filme Rio (pois me lembrava um desenho da Disney, Aquarela).

Até a próxima.

domingo, 4 de setembro de 2011

Palestra com Carlos Saldanha...

Auditório lotado!

Sinceridade, eu não conhecia a pessoa Carlos e sim a personalidade Carlos Saldanha, alguns dos seus trabalhos e é claro o reconhecimento no meu país, mas, ao ver um rapaz simples, com calça de jeans rasgada.. lá no palco, eu fiquei surpresa e aumentou minha admiração pela pessoa Saldanha.

Ele começou falando um pouco da sua vida, porque foi para os EUA e como começou na área da animação.

1991 - Saiu do Rio de Janeiro para Nova York. Tinha acabado de se formar em computação e resolveu fazer pós, mas ao ver o curso de mestrado em animação na NY School of Visual Arts, resolveu tentar. Detalhe: Pediu dinheiro aos amigos para cursar.
Seu 1° curta, ainda como aluno: Time of love - A estória de um casal de madeira de um relógio cuco.
1993 - Blue Sky Studios. Começou a fazer animação para comercial de TV.
1996 - Dirigiu a cena do filme: Joe e as baratas.
1997 - Animou o curta animado Bunny, de Chris Wedge.
2002 - Roteiro da Era do Gelo foi comprado e mudaram tanto o roteiro quanto a criação.
2002 - Teve a idéia de criar um curta para o Gone Nutty, que acabou não ganhando o Oscar de melhor curta.
2005 - Robots, foi co-diretor.
2006 - Dirigiu e escreveu Era do Gelo 2 .
2008 - Horton hear a who .
2009 - Dirigiu a Era do Gelo 3.
2011 - Rio.

Em 2006, surgiu a ideia para o filme Rio. O personagem seria um pinguim, que derretia seu coração com a cidade.

Sobre a Blue Sky Studios:

Trabalham 15 profissionais na área de storyboard e, hoje em dia, todos trabalham na tablet (cetiq).
Existe um departamento de design de personagem.
Na equipe de cenografia (set design) existem 30 pessoas empenhadas.
Os escultores começam na massa e depois vão para o scanner 3D. No departamento de modelagem trabalham de 10 a 12 pessoas.
Para as expressões (character design), primeiro é feito em 2D e posteriormente vai para o 3D.
O departamento de rigging trabalham de 10 a 12 pessoas, com 500 a 1500 controle de articulações para serem feitos e em um prazo de 3 a 4 meses (average time to rigging a character).
A turma de assembly, de 6 profissionais, trabalha com a construção de cenário e continuo.
Na questão de textura e pêlos (pequenos cubos geométricos) existe um pessoal responsável, pois o pêlo virou um personagem.
O programa utilizado é o Maya. 15 profissionais são responsáveis pelos materiais, a construção de ferramentas para estes materiais.
A equipe de efeitos especiais é a mais cara e conta com 36 pessoas.
A equipe de composição e luzes tem 30 pessoas.
A equipe de rendering começou dai e hoje tem trabalho dobrado, por causa da estereoscopia (renderiza 2 vezes).
A produção final é feita fora da Sky. Os estúdios são: Fox e Skywalk.

Sobre programa Maya - Utiliza-se o programa, mas cria-se ferramentas para aprimorar este programa.

Sobre o filme Rio - A ideia era sobre contrabando de animais, com pinguim e gringos vindo para o Brasil, mas alguns pontos foram mudados porque na época surgiram filmes sobre pinguins.

Vendendo a ideia - "Primeiro mostramos imagens em 2D para contar a estória." Detalhe: Não tinha o roteiro pronto. Com base nisso, o próximo passo é criar um enredo enquanto descreve o vilão (que ameniza um pouco a estória). Descrevem os pontos da estória (positivo e negativo). As imagens são grandes,coloridas e bonitas. O filme é descrito como multicultural. O escopo é mostrado com imagens do Rio. Ai vem a emoção, a ação, o suspense, a comédia, tem que ter tudo isso. A ideia é não ter o bom e o mal e sim a imagem de impacto de ser livre, com a fuga do avião (os pássaros saindo voando do avião, com a comporta aberta). No local expõe vários painéis na sala (1,00 x 0,50) e pequenas esculturas. Levam 6 meses para vender a ideia e comentam sobre orçamento e tempo. Posteriormente é apresentado o roteiro.

Blue - este personagem levou mais tempo, pois no inicio ele não tinha uma personalidade definida. Sergio Pablo foi dando forma ao personagem (ele já trabalhou para Disney).

Os trabalhos que foram seguindo:

*definição do personagem;
* definição das emoções;
* brincar com os scketchs;
* modelar na escultura (para verificar a silhueta) e depois passa para o zbrush.
Obs: Se na escultura não está ok, refaz no 2D. Faz um drawover (desenha por cima do 3D para olhar se está os a silhueta, o movimento...);
*cria todos os detalhes (penas, olhos, bicos - levou 3 meses, textura). Obs: A textura da pena não é pintado somente e sim tem que ter forma.

6 modelos de humanos representaram vários personagens.

Fizeram testes 2D dos personagens e testes em 3D na dança.

Seleção da voz - Primeiro imagina o artista que seria ideal para ser o personagem. Dai, pega a voz de um vídeo de um filme e coloca no personagem para testar se combina com o personagem. Se sim, conversa com o artista e pronto.

O desafio - Criar o Rio de Janeiro (detalhe: Só tem 3 brasileiros na equipe, mas só 1 do Rio - o próprio Carlos).

Acreditem: foi feito um software só para criar as pedrinhas portuguesas.

Passando os vídeos de render, eu, Priscyla, percebi datas diferentes para uma mesma cena.
Ex1: Cena da pedra da Gávea em agosto de 2010, janeiro de 2011 e setembro de 2011.
Ex2: Cena do Sambródomo em dezembro de 2010, janeiro de 2011 e fevereiro de 2011.

Favela - Foram criados módulos de favela virtual.

Gravação de voz + interpretação do animador = Personagem.

O roteiro é moldado no decorrer do proceso.

Processo:
*A animação básica em 2D (sketch pass);
* Splocking (2D com 3D);
* BG animation (animação de fundo, que levou quase 1 ano e com 6 pessoas trabalhando).

Dica sobre roteiro: Cuidado ao escrever aquilo que você está vendo. Não pense em falas infantis e sim mais adultas, para sua ideia. Existe roterista para tudo (roterista principal, roterista para dar o tom cômico, roterista para fechar os espaços abertos, roterista que analisa aquilo que o outro roterista não visualizou...). A montagem trabalha lado-a-lado com o roteiro.

O editor está sempre trabalhando cada passo.