sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Fórum Internacional de Cinema Infantil

Dia 24 de agosto, eu fui no Oi Ipanema assistir ao FICI.

A aula Magna foi com Raúl Garcia. Eu amei!!! O cara respira animação, começou a 35 anos atrás, na Espanha.

Tudo começou ainda criança, ele adorava desenhar. Na época, não existiam cursos de desenho e ele resolveu aprender/treinar baseando-se no livro de Preston Blair. Sua frustação foi em relação ao material que era exigido para fazer uma animação.

Quando saiu do 2º grau, ele foi para faculdade estudar cinematografia. Também tentou fazer cursinho de informática, mas achou o pessoal muito frio.

A sua oportunidade apareceu quando Hanna Barbera foi para Espanha aproveitar mão de obra barata (foi assim que ele colocou na aula magna). Ele, então com 19 anos, entrou para este estúdio e no decorrer dos anos foi aprendendo com seus erros e acertos, enquanto fazia faculdade.

A técnica de animação, naquela época, era bem limitada, mas Hanna levou uma produção grande. Raul foi convocado para manipular câmeras, porque ele era o único da equipe que sabia mexer nelas e sabia um pouco de inglês. Com isso, ele teve a oportunidade de aprender a utilizar os recursos da câmera e usar seus acessórios para seus projetos acadêmicos. Isso levou 6 anos.

Um dos episódios feitos, em Madri, foi Branca de Neve se encontra com os Globetrotters. Na época, o estúdio Disney estava morto (1984).

Ele se formou em cinema e o estúdio na Espanha foi fechado. Sem emprego, ele pensou que iria demorar para achar um novo trabalho, mas veio uma nova oportunidade. Na França, abriu-se um estúdio e ele apresentou seu portifólio e foi contratado para trabalhar na produção do filme Asterix. Ficou em Paris por 3 anos e acabou trabalhando em 2 filmes (Asterix), como assistente de animador. Com isso, aprendeu técnicas de animação com os melhores da época.

Quando o estúdio fechou, ele foi para L.A. De 3 semanas ficou 6 meses. Lá, eles o enviaram para supervisionar um trabalho de animação na Coréia. De 6 meses, acabou ficando 1 ano isolado das notícias.

Disney começou a renascer e começou a produção de dois filmes: A pequena sereia e O grande detetive. Enquanto isso, ele estava na Irlanda trabalhando com Steve Spielberg (durou 9 meses).

Mais tarde, ele se ofereceu para trabalhar na produção do filme Uma cilada para Roger Rabbit. Este filme era uma parceria com outro estúdio, que acabou chamando muitas pessoas. Ele teve que assistir vários desenhos da Warner para montar a filmagem. O estilo era anos 40,50 e tudo era feito à mão, nas texturas e sobreados. Foi cogitado que ao final do filme continuariam em um novo trabalho, mas isso não ocorreu.

Posteriormente a este trabalho, ele foi fazer propaganda.

A produção da animação A pequena sereia não havia acabado e também estava em produção A Bela e a Fera, porém ele não pode participar por causa de problemas no visto.

Em L.A., ele foi chamado para trabalhar na produção do filme Fivel e posteriormente foi para Disney desenhar o gênio do filme Aladim. A partir dai, ficou por lá uns 10 anos e acabou trabalhando em diversas animações, como: Rei Leão, Corcunda de Notre Dame, Pocahontas ...

Ele foi chamado para fazer algumas coisas na Dreamworks.

Por causa do sucesso das animações A Bela e a Fera, Rei Leão e Aladim, o estúdio aumentou, porém a magia da Disney foi diminuindo enquanto a fábrica foi crescendo. Para Disney, o trabalho de animador ficou limitado. Agora, cada um fazia uma parte especifica. Exemplo disso está no filme Hércules.

Sua última produção, na Disney, foi Fantasia 2000. Após pedir demissão, foi chamado para trabalhar na Paramount, em sequencia de filmes. Um dos filmes foi Jimi Neutron, feito em computação gráfica e que depois virou série de TV, e outro foi Rugrats em Paris. Isso durou uns 4 anos.

Um desabafo feito foi que o esquema em Hollywood é que "Sua idéia é ouvida, mas a idéia deles é que conta!!!" Me lembra até uma coisa que está rolando no momento. Por causa disso, ele resolveu sair fora e se aventurar nas suas próprias idéias. Ele tentou fazer um filme, achou vozes famosas para a dublagem (exemplo: Plácido Domingo), mas, depois de 2 anos, a verba a-c-a-b-o-u. O filme foi engavetado.

Para superar sua frustação, uns amigos o chamaram para fazer The tell tale heart (filme de terror).

Da sua produtora, feita por um estagiário, ele mostrou La Dama y la Muerte.

Atualmente seu projeto de produção está em O Lince perdido, que irá ser mostrado no FICI. Com isso, ele encerrou sua belissima história de vida na animação.

Na parte da tarde ocorrem duas mesas de debate (Intercâmbio de linguagens e Narrativas de diferentes mundos). Confesso que não gostei muito e por essa razão, eu não anotei quase nada.

Na próxima postagem, eu coloco as fotos deste dia.

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